.png)
Manufaturas
Manufaturas é o nome desta série em que aprofundo um gesto anterior: a produção de obras em série a partir de um molde escultórico um positivo. O fragmento é central na minha prática. Sinto-me como um pedaço do mundo e assumo isso. A série tensiona a ideia de uma pornografia fragmentária, que pode ser brega, kitsch, ridícula até e, ainda assim, profundamente válida. É um gesto que se afirma na diversidade sexual, na multiplicidade de histórias que um corpo ou um pedaço de matéria pode carregar. Diferente das experiências anteriores, aqui cada obra é chamada com um número de série. Esse gesto de serialidade transforma cada peça em uma unidade identificável dentro de um sistema, mas sem que isso elimine sua singularidade.
A partir dessas repetições, passo a criar versões. Cada uma carrega pequenas histórias, fragmentos de pensamentos que atravessam minha mente. Não busco uma linearidade; ao contrário, permito que múltiplas narrativas emerjam com liberdade, como se fossem pequenas tatuagens sobre o concreto. Pinto, enfeito, ritualizo. Às vezes, a obra se torna um comentário político; em outras, um relicário de segredos.
